sábado, 5 de dezembro de 2009

Grito alto
numa língua diversa
Sons e palavras se escapam
em movimentos intensos
E minha'lma se espanta
com tanta euforia
Pasma me acompanha
Grito mais alto
sem querer ser entendido
Numa alegria tamanha
sem ser erudito
Esse novo astral me causa
Um tal descanso
que some o pranto e sorrio
logo após o canto.

Ao tocar a ponta da caneta na folha
onde vai parar nunca sei
Uma faísca, um rompante
vira palavra
sobe e desce um monte
escorrega na lâmina d'água
Some, reaparece, roda
como um carrossel
desengonçada adiante
feito criança em primeiro passo
Pra onde vai, porque existe
onde começa ou termina?
apenas persiste...
Essa é a mágica
a aventura de riscar uma folha
nua em forma de letra
que já não é sua
que te provoca, enfrenta
mas te causa uma sensação tremenda
tão intensa que não tem fim
que não tem começo
parece mentira
a palavra é eterna
ao tocar a ponta da caneta naquela folha.

Socrates Brito - 2009